domingo, julho 30, 2006

 

O melhor poema da história da humanidade(versão portuguesa não literal de Felix Bermudez(talvez até melhor que o original))!

Se podes conservar o teu bom senso e a calma

Num mundo a delirar para quem o louco és tu

Se podes crer em ti com toda a força d’alma

Quando ninguém te crê; se vais faminto e nu

Trilhando sem revolta um rumo solitário

Se à turva incompreensão, à negra incompreensão

Tu podes responder, subindo o teu calvário,

Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão


Se podes dizer bem de quem te calunia;

Se dás ternura em troca aos que te dão rancor,

Nas sem a afectação dum santo que oficia,

Nem pretensões de sábio a dar lições de amor,

Se podes esperar sem fatigar a esperança;

Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho;

Fazer do Pensamento um Arco da Aliança

Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho;


Se podes encarar com indiferença igual,

O Triunfo e a Derrota – eternos impostores;

Se podes ver o Bem oculto em todo o mal

E resignar, sorrindo, o amor dos teus amores;

Se podes resistir à raiva ou à vergonha

De ver envenenar as frases que disseste

E que um velhaco emprega, eivadas de peçonha,

Com falsas intenções que tu jamais lhes deste;


Se és homem para arriscar todos os teus haveres

Num lance corajoso, alheio ao resultado

E, calando em ti mesmo a mágoa de perderes,

Voltas a palmilhar todo o caminho andado;

Se podes ver por terra as obras que fizeste,

Vaiadas por malsins, desorientando o povo,

E sem dizer palavra e sem um termo agreste

Voltares ao princípio, a construir de novo;


Se podes obrigar o coração e os músculos

A renovar o esforço, há muito vacilante,

Quando já no teu corpo, afogado em crepúsculos,

Só existe a Vontade a comandar “Avante!”;

Se, vivendo entre o povo, és virtuoso e nobre

Ou, vivendo entre os reis, conservas a humildade;

Se, inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre

São iguais para ti, à luz da Eternidade;


Se quem recorre a ti encontra ajuda pronta;

Se podes empregar os sessenta segundos

Dum minuto que passa, em obra de mal monta

Que o minuto se espraie em séculos fecundos;


Então, ó Ser Sublime, o mundo inteiro é teu!

Já dominaste os reis, os tempos e os espaços;

Mas, ainda para além, um novo sol rompeu

Abrindo um infinito ao rumo dos teus passos;

Pairando numa esfera acima deste plano,

Sem recear jamais que os erros te retomem,


Quando já nada houver em ti que seja humano,

Alegra-te, meu filho, então serás um HOMEM.


 

O melhor poema da história da humanidade(versão original)!

Rudyard Kipling
RUDYARD KIPLING
(Born December 30, 1865, Died January 18, 1936)

If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:
 
If you can dream -- and not make dreams your master;
If you can think -- and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools;
 
If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"
 
 
If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings -- nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you,
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run --
Yours is the Earth and everything that's in it,
And -- which is more -- you'll be a Man, my son!

quinta-feira, julho 27, 2006

 

As bestas do Clube 7tmo mereciam este mail...

Porque vivo na Sidónio Pais há cerca de 8 anos e porque considero que o Clube 7tmo sempre teve um bom serviço e uma elevada qualidade enquanto ginásio há 7 anos optei por me inscrever. Por motivos de lesão, na altura, deixei de frequentar o Clube durante algum tempo e a inscrição foi consequentemente cancelada. Cerca de 1 a 2 anos depois voltei a inscrever-me, na altura benefiçando de um desconto sobre a jóia de 50% e assim permaneci inscrito até que fui para o estrangeiro durante 4 meses e deixei de frequentar o clube 7tmo. Depois de novamente caducada a minha inscrição, aproveitei o facto de haver isenção de jóia e descontos para colaboradores do BPI onde trabalhei a partir de Julho anterior e voltei a inscrever-me no Clube em Agosto. Um ano depois os factos são:

1) Já me inscrevi por 3 vezes no Clube

2) Paguei uma Jóia e meia

3) A 1ª inscrição foi há 7 anos

4) Já não frequento o clube há mais de um mês, embora no pagamento esteja incluído o serviço até Agosto

Neste momento vou estar ausente de Lisboa por motivos laborais por mais de 6 meses e assim terei de deixar de ser sócio mais uma vez.

De que é que me queixo:

1) Que a Jóia seja tão elevada

2) Que não possa suspender a inscrição por mais de 6 meses o que dá origem a situações ridículas como a minha

3) Que a suspensão tenha de ser paga! (se não estou a usar o ginásio que raio de razão poderá existir para o estar a pagar! Mais vale a pena esperar por uma nova isenção de jóia que estão sempre a acontecer! Que raio de desenho de incentivos são estes!)

4) Que a mensalidade seja desadequada para padrões internacionais (sim, este é um mercado local, mas…)


Considero assim inaceitável que um clube que recebeu da Câmara de Lisboa o privilégio de ter esta localização pratique preços ridiculamente altos a nível Europeu (em Barcelona o mesmo serviço de que usufrui durante este ano no clube 7tmo é de é de 40. Eu paguei 80!!) e pior que tudo apresente tamanha rigidez e exploração dos sócios que já estão inscritos! Sou um fervoroso adepto das leis de mercado e certamente que se têm esta política é porque continuam com um nível de clientes mais do que suficiente para operarem com margens decentes. Não duvido disso mesmo. É assim que qualquer empresa funciona. No entanto considero que um bocado de pudor não afectava por aí além algumas das empresas em Portugal, nomeadamente o Clube 7tmo.

Grato pela vossa atenção e esperando algum tipo de reacção positiva por parte do Clube 7tmo

Com os melhore cumprimentos,

Pedro Noronha da Camara


domingo, julho 23, 2006

 

Being a Pilot

Um dos meus defeitos enquanto bloguista (para além da dificuldade em escrever) é o de não terminar ou não passar para o computador algumas ideias que considero incialmente de valor acrescentado para o blog e que chego mesmo a prometer vir a escrever sobre...

Alguns episódios como a minha ida a Trieste e Eslovénia não foram totalmente descritos ou sequer passados do meu bloco de notas para Word! Mas ao ler o meu bloco de notas deparei com o pormenor delicioso que ainda vou a tempo de incluir. Também a incluo porque está relacionada com uma actividade na qual me pretendo vir a inscrever em breve. Sim não gostaria de morrer velho sem ter Brevet!

O piloto da Ryan Air depois de falar sobre a sua manobra à volta do globo e sobre as condições climatéricas na origem e destino, etc acaba com um: “sit back, relax and enjoy the ride”! Este tipo deve estar bastante excitado com o facto de ser piloto. E pensando isto remeti imediatamente para um pensamento Seinfeld which goes like this:

The pilot of course is so excited about being a pilot, he can not stand himself. He is giving all this information about the route, etc. We are in the back thinking: I’m ok with that. Just do whatever you got to do. End up where it says on the ticket. That’s all I ask. Should we knock on the cockpit door and go: I am having peanuts now. That is what we are doing back here. I thought it was a got idea to keep you posted. I am not gone have them all. I am just gone a have a few now. I don’t want to finish it because it is such a big bag.

Assim seria recíproco


 

Agora que já chegámos às meias finais

Tinha em minha pose informação suficiente para despoletar um movimento que facilmente poderia culminar na demissão do nosso seleccionador brasileiro... Guardei-a, acreditando na capacidade deste brasuca nos levar longe no Mundial assim como o tinha feito no Europeu. Parece-me que agora chegou o momento de partilhar com todos esta embaraçosa situação para o seleccionador (ou seja, estava simplesmente a organizar umas pastas no meu computador e encontrei este texto bastante pertinente que em seguida partilho com vocês):

Scolari para a Cadena Ser:

"Vão mas é tomar no cu"

MANUEL CASACA

A queixa da FPF baseia-se na chamada telefónica que a "Cadena Ser" fez anteontem para o telemóvel de Luiz Felipe Scolari, sem que o seleccionador português tivesse autorizado a gravação. Nessa conversa de escassos segundos, o técnico brasileiro utilizou expressões como "isto é uma guerra e nas guerras tenho que matar e não morrer". Uma frase que posteriormente foi utilizada fora do contexto e à qual foi conferida por parte da Imprensa espanhola uma gravidade que não tinha, até porque não deveria ter sido mais do que uma conversa privada.

Mas a "Cadena Ser" não se ficou pelo telefonema de anteontem. Ontem à tarde, no "Carrusel Deportivo", o programa de maior audiência das rádios espanholas, o humorista Paco Gonzalez quis brincar com a frase e ligou para o telemóvel de Luiz Felipe Scolari. O seleccionador nacional é que não gostou da brincadeira e respondeu curto e grosso.

O JOGO transcreve agora a conversa que entre os dois:

PACO GONZALEZ | Senhor Scolari, boa tarde.
LUIZ FELIPE SCOLARI | Quem fala?

PG | É o inimigo
LFS | Quem, perdão?

PG | Sou o inimigo.
LFS | Não entendo.

PG | Quando é que nos vão atacar?
LFS | Você e a sua rádio vão mas é tomar no cu!

Mais uma vez sem autorização do visado, a conversa telefónica foi posta no ar em directo e, posteriormente difundida em grande escala.


Duas reflexões:
1. Vai tomar ou vai levar. Do dicionário de Língua Portuguesa da Bertrand retirei o seguinte.
Tomar-...Deixar-se possuir, deixar-se dominar, ser invadido... (nada mal visto Scolari)
Levar-...Apanhar pancadas, receber castigo (será que este conceito é mais apropriado?)

Ganhou-se em correcção sintáctica perdeu-se em chavascal

2. Foi preciso chegar o Scolari para retomarmos o espírito da padeira de Aljubarrota? De uma forma genérica cheia de excepções, esta é a forma como devemos responder a um espanhol...


Um conselho:
1. Para quem não investiu centenas de Euros durante os últimos dois anos na revista visão, é agora a oportunidade de possuir uma compilação daquilo que ela teve de melhor: os textos do Ricardo Araújo Pereira. O livro chama-se Boca do Inferno e custa 4 Euros. Claro que houve pessoas bem posicionadas socialmente que receberam semanalmente os textos via e-mail. Apenas recebi alguns e sinto-me agora muito satisfeito com a mais recente aquisição literária.


quinta-feira, julho 20, 2006

 

Gaja boa vira-se para a camara e diz: Tarifa, uma loucura do c******

Tarifa é isso mesmo: uma locura. Por uma razão simples: toda a gente que encontrei estava com o espírito de perder a cabeça (ou em muitos casos já chegavam lá sem cabeça). Grande parte das pessoas que chega a tarifa vai sem destino e muitos acabam por ficar lá a viver. Ao fim de algum tempo a gastarem as economias tornam-se professores de windsurf, trabalham num bar, loja ou num hostal.

Pessoalmente, apanhei uma verdadeira tempestade ciclónica. Os ventos estavam a passar a uma velocidade de cerca de 70 km/h. É o mesmo que chegarmos ao vento capaz de nos fazer voar e subtrairmos uma quantidade infinistésimal. Era perante essas condições climatéricas que me encontrava. Inteligentemente aqueles terrenos no ponto mais a sul de Espanha estavam densamente cultivados com um tipo de cultura que se dá muito bem com aquele clima. São as chamadas turbinas eólicas (ou como gosto de chamar as ventoinhas grandes). É que ainda por cima parece que elas se reproduzem bem a julgar pela quantidade que encontrei. À chegada delirei com a hipótese de fazer wind surf naquelas condições... Pouco tempo depois, apercebi-me que iria incapaz de o fazer, pelo menos com alguma consistência. As horas passadas a levar porrada no mar e a voar serviram de lição.

Mas aquilo sobre o qual tenho mais a dizer é o seguinte: http://www.otb-tarifa.com/ . Esta é uma boa razão pela qual se perde facilmente a cabeça em Tarifa. A vida no hostal: dolce fare niente como é natural. O dono foi skater profissional, faz wind-surf e kite surf, como todos os que lá encontrei chegou a tarifa sem destino e quis lá ficar a viver, durante um ano como vagabundo, depois com o seu próprio negócio. Não é difícil fazer dinheiro. Basta querer e ter uma ideia simples e interessante. Falei em fazer dinheiro, não fortuna. Nesta onda, várias pessoas que lá encontrei, inclusivamente o professor de wind-surf polaco, chegaram lá há uns anos ou acabavam de chegar sem destino. Depois vão-se deixando ficar. Pois é, já estou a levantar um bocado o véu quanto ao facto daquilo ser pouco bom... A vida em Tarifa: sol, wind surf, malta jove, gajas giras que vão lá só por causa da boa onda apesar do vento que como todos sabemos pode despentear bastante, noite com bastantes bares e discotecas adaptadas à época de pico em que Tarifa está à pinha (Agosto) e acima de tudo hostais como aquele em que fiquei. A grande festa acontecia lá mesmo. Basta confirmar no site. É que o simples facto de a área do hostal ser maioritariamente utilizada para um bar e para esplanada ao ar livre explicam muita coisa. Depois do jantar e passadas umas portas tipo entrada far-oeste, estávamos no bar com música aos berros e os corpos sem cabeça aos saltos. A loucura estendia-se sempre até ao encerramento às 2:00 por imposição legal. Depois punham-se 3 alternativas: ir para a cidade/disco night até às 6 da manhã a pé (30 min) ou de táxi; ir para a cama porque o dia amanhã é de wind-surf; ir para a cidade porque o dia amanhã é de wind surf. A cidade tem todas as condições para a prática do pagode. Num ritmo pagatamente alucinante se vive o dia a dia em Tarifa. Vale a pena ir a esta pérola de passagem para Marrocos. Até esse facto (a proximidade a Marrocos- Preço do ferry 30 euros/pp) é um bom motivo para visitar tarifa.


terça-feira, julho 18, 2006

 

Sobre o novo trabalho...

Cheguei ontem de Tarifa. Hoje estava às 9.15 em Linda-a-Velha. Motivo: recomeço da vida laboral, agora como colaborador da Nestlé. A satisfação após este primeiro dia é grande e prende-se com saltos qualitativos consideráveis naquilo que considero o meu trabalho ideal.

Dimensão: BPI- 4,5 mil milhões de euros => Nestlé 100 mm de euros

Internacionalização: BPI: 5º maior banco português (trabalho no escritório em Lisboa ponto) => Nestlé: maior empresa do mundo em muitíssimos mercados (trabalho em Lisboa, centro de distribuição de Aveiro, Barcelona e formação na Suiça, Alemanha, etc.)

Horário: BPI: 8.30 – 19.00 (pelo menos) => Nestlé (8.30-9.00)-(17.30-18.45)

Salário: Ligeiramente superior

Tempo até ao trabalho: Mantido ou reduzido

Tarefas: mais práticas, mais interactivas com equipas de trabalho, resultados práticos

Estratégia de longo prazo: BPI opado => Nestlé numa série de aquisições

Posso concluir que a satisfação subiu pelo menos numa primeira impressão


quarta-feira, julho 12, 2006

 

É preciso ter sorte...ou será azar? (tem piada eu considero que seja uma besta quem prefira a harmonia à paz...Seria Paz ou harmonia-Gato fedorento)

Há coisas com piada… Outras têm menos piada!

Não tem piada mesmo nenhuma por exemplo (meramente um exercício de imaginção), fazer um aluguer de material de windsurf pela Internet e depois estar demasiado vento para poder fazer windsurf (grande barrtete!). Neste cenário estar na praia não é uma opção porque apesar dos 50 graus estamos no meio de uma tempestade de areia. Não tem piada nenhuma neste cenário perder o cartão de crédito (mesmo que ele depois apareça). Claro que já tem piada encontrar o cartão de crédito no saco do pingo doce juntamente com o pão (here the fuck is my head). Não tem ainda piada deixar o fato de wind surf numa das poucas vezes em que foi utilizado a sequar durante presumivelmente dois dias num poste de madeira (sei que foi menos de dois dias, porvavelmente algum amigo do alheio o recolheu pouco depois de estar seco). Claro que já tem piada apanhar um pôr-do-sol no ponto de intersecção do mediterrâneo com o atlântico. Não tem piada nem deixa de ter é portanto neutro) deixar o fiambre no super mercado. Finalmente poderá ter piada aquecer-me uma pizza beber umas cervejas neste hostel que afinal é um bar e conhecer umas mossoilas roliças. Será que a sorte está a mudar…


terça-feira, julho 11, 2006

 

Porquê tantas mortes na estrada em Portugal?

Os espanhóis são dos povos com menor nível de civismo que conheço. Pensam da seguinte forma: o que é meu é meu o que é dos outros ou passa a ser meu ou que se lixe. Funcionam assim em sociedade e até funcionam bem. A mão invisível de Adam Smith é mais poderosa num cenário com esta mentalidade. Tem sido pelo menos. Atribuo parte do sucesso económico que eles têm tido ao egoísmo que alimentam. Ainda bem que o ser humano tem algo poderoso, seja ele o egoísmo ou a solidariedade. Claramente a força recaiu mais sobre o primeiro sendo que uma das consequências de egoísmo é a solidariedade. Não somos perfeitos, mas parece-me que se alguém tivesse de definir sentimentos que garantissem a subsistência da espécie estes seriam dois fundamentais.


Porquê tantas mortes na estrada em Portugal?

Mais uma achega...

Porque acabo de fazer 650 km em estradas espanholas e constatei o seguinte. Quando estive em estradas de uma só faixa o tuga (eu no caso) era a única besta a ultrapassar em traço contínuo por uma razão muito simples: em distância com visibilidade similiar em Portugal, era permitido ultrapassar e era de Portugal que eu vinha. Os espanhóis davam-me um exemplo de saber estar (atrás de camionetas) com a calma demonstrada. Depois em duas faixas defini para mim próprio a velocidade cruzeiro entre 120 e 140 km hora (velocidade segura para as condições no meu entender). Espanto o meu quando durante todo o percurso fui ultrapassado pouquíssimas vezes e quando o fui o carro à minha esquerda levava tempo a transpor-me indiciando velocidade apenas ligeiramente superior à minha O que é feito da besta que vem a 200?? Ficaram todos em Portugal. Ora bolas. Onde é que eles aprenderam estas coisas. Em lado nenhum. Mas sendo egoístas e não parvos têm amor à vida! Vá-se lá perceber as bestas dos espanhóis.


 

1 ano depois (3a feira 18 de Julho 2006) recomeço laboral. Mas antes...

Pois é. Menos de uma semana para recomeçar. O que fazer? VIAJAR. Desta feita diriji-me sózinho e de carro para Tarifa. A ideia é aproveitar o espirito que se instalou nesta vila piscatória há 30 anos quando foi descoberta por um windsurfista e praticar o próprio do wind surf.

A primeira impressão de Tarifa é curta mas permite me uma introdução: Cidade piscatória pequeníssima localizada sobre o mar, com uma boa onda incrível e com um vento africano e de intersecção com o mediterrâneo com o Atlântico e portanto quente e fortíssimo. Amanhã terei uma visão mais precisa dos efeitos e utilidades deste vento. Para já o desafio vai ser dormir. E ainda uma ideia mais próxima do bom espírito que aqui se vive. Quanto ao OTB international (hostal onde estou) a onda é incrivel...

Como disse ainda há pouco tempo viajar é pensar o Mundo. Para mim, a mais cabal prova disso mesmo é o que me acontece cada vez que estou num ambiente desconhecido. Nesse sentido quero partilhar uma descoberta interior. A ansiedade que a véspera da partida me traz não é mais do que o medo animal do desconhecido. Normalmente os animais (e os homens não são excepção) evitam o desconhecido e quando partem para a sua descoberta fazem-no preferencialmente acompanhados em grandes grupos. Poucos corajosos fazem no sozinho (tungaa). Sim, bem sei que o desconhecido nem sempre é muito desconhecido e até o nosso dia a dia tem uma componente de desconhecido o que torna este conceito altamente relativo. De qualquer maneira, vou definir para o caso o desconhecido como toda a realidade com a qual nunca tivemos contacto prévio (físico e/ou intelectual) e que suscita na nossa imaginação várias múltiplas hipóteses e suposições em relação àquilo que vamos encontrar. Pomos a nossa imaginação a trabalhar precisamente por medo, e insegurança. Queremos conhecer o desconhecido para não termos surpresas e como não o conseguimos fazer há um nervoso miudinho (ou graúdo mesmo) que nos atormenta à partida. Assim é comigo. Só a partida efectiva me traz a tranquilidade necessária para deixar a imaginação suspensa e para deixar a mente focada no presente por oposição ao futuro. A nova realidade que encontro distrai-me. Descontrai-me… Que bom que é viajar mesmo que sejam só 650 km.

Estou então pronto para pensar o Mundo outra vez…


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