terça-feira, maio 17, 2005

 

Somos todos peregrinos, Somos todos peregrinos...la la la la la la la lala Posted by Hello

 

O sinal que nos indicava o caminho...em breve terminarei o post sobre a peregrinação Posted by Hello

 

Ser benfiquista....

Ah granda Benfica!

Em antes de celebrar uma potencial vitória no campeonato que só de nós depende é importante juntar-me aos festejos de mais uma vitória que nos coloca numa posição que não vivíamos há alguns anos, pese embora o triste afastamento do Sporting da Liga dos campeões. Quando falo de posição que não vivíamos há algum tempo falo de 11 anos de jejum para o campeonato, apesar outros títulos conquistados entretanto. Não falo dos 18 anos do Sporting sem ganhar nada, nem as décadas e décadas de inexistência do Porto antes da era Pinto da Costa. Sem dúvida não são comparáveis estas realidades. O importante é então assinalar que esta posição é fonte de prazer e regozijo para toda uma massa associativa que mais não é do que uma grande fracção de todo um país de todo uma comunidade que fala a mesma língua: o português. É verdade. O que custa tanto aos recentes rivais da Luz não é a vitória em si, mas o facto dela ser festejada de forma veemente não só em Portugal, mas também em África, Brasil, Timor e um pouco por todo o Mundo onde existem emigrantes portugueses. É engraçada verificar o anti-befiquismo que fervilha entre os restantes falantes da língua portuguesa, nesta ocasião. Este campeonato não foi certamente o caminho da vitória a que o Benfica nos habituou nos seus anos de ouro. Mas pode ser uma grande campeonato dado o contexto de dificuldades económicas que o clube tem vivido. A má gestão e falta de seriedade dos presidentes do clube da águia faz com que a justa posição que o Benfica ocupa neste momento seja ainda mais louvável. Os recursos limitados, até a nível de plantel que nos permitiram chegar à final da taça e a esta fase do campeonato em primeiro lugar, mais do que demérito do adversário como alguns querem fazes querer, está relacionado com o nosso mérito relativo (porque o mérito só faz sentido em termos relativos), durante uma época onde pela regularidade e perseverança seremos justamente compensados, espera-se.
Todos ao Beça, o Porto é nosso. Portugal é nosso. Todo um idioma a cantar a mesma canção: SLB, SLB, SLB, SLB, GLORIOSO SLB, GLORIOSO SLB. NINGUEM PARA O BENFICA, NINGUEM PARA O BENFICA NINGUEM PARA O BENFICA OLÉ OU.
Espero poder em breve analisar toda uma época ao pormenor com a certeza de que o Benfica é o nosso campeão.

Saudações benfiquistas

A enigmática lança

quinta-feira, maio 05, 2005

 

O medo em Potugal

Sigo na minha pacata, agradável e saudável vida de desempregado e esperando cumprir os planos para estes tempo tão agradáveis. Nomeadamente, está perto de ser concretizada a minha primeira aproximação ao espirito académico. É verdade. Depois de ter fugido das praxes, depois de não ter ido na viagem de finalista por oposição a dois meses na América do Sul, depois de não ter ido nem ai baile de finalistas nem à bênção das fitas, como previsto vou pelo menos uma vez tornar o meu espírito académico não apenas os arraiais do técnico (bons tempos) e vou portanto este fim-de-semana à queima de Coimbra. A partir de dia 10 de Maio sou peregrino até Fátima. Não obstante uma presença a curto prazo em Barcelona e um inter rail pelo Leste e Norte Europeus.
Bem mas aquilo que vos quero falar hoje é muito mais pertinente, interessante e actual. Olhamos para o estado actual de coisas no nosso pais e para os ciclos económicos mais recentes e questionamo-nos: somos um estado democrático há mais de 30 anos, integrado na União Europeia há quase 20 e no entanto a nossa performance económica é no mínimo pobre quando comparada com as congéneres habituais (Espanha, Irlanda e mesma a Grécia e os paises recentemente comunistas)! Porquê?? Temos procurado motivos económicos estruturais, políticos, culturais, sociais e ainda transcendentais para aquilo que começa a desenhar-se como uma quase sina, tantas vezes entoada em forma de queixume: “cá vamos”, “isto está sempre na mesma”,... Todos os motivos encontrados são válidos e devem ser encarados de frente para os conseguirmos resolver. Mas a realidade transversal a todos estes motivos, e que poucos têm conseguido perceber, é muito mais dura! O problema está na nossa psicologia de grupo. Se olharmos para ela percebemos coisas de facto assustadoras como passo agora a explicar. Talvez assim ultrapassemos uma das características desta nossa psicologia de grupo que é uma psicologia de medo, neste caso concreto medo de olhar para nós próprios reconhecendo com coragem os nossos erros, pessoais numa primeira fase, de grupo depois. O livro que me permite estruturar aquilo que no entanto me parecia uma evidência tem sido o “Portugal, Hoje. O medo de existir”, de José Gil (Professor universitário, filósofo, ensaísta e ficcionista. Completou o 1º ano do curso de Ciências Matemáticas na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (1958) e partiu para Paris. Licenciou-se em Filosofia na Faculdade de Letras de Paris (Sorbonne) em 1968, tendo obtido também nessa Faculdade a “maîtrise de Philosophie” no ano seguinte). A ideia que quero apresentar é então a que se segue. Culpamos pelo nosso insucesso a burocracia. Culpamos pelo nosso insucesso o governo. Culpamos pelo nosso insucesso a conjuntura e a União Europeia. Culpamos ainda o vizinho do lado ou aquele tipo que lá na empresa não me deixa trabalhar. Culpamos os tipo da Emel, que verdade nos seja dita, lixam o dia aquele que muitas vezes por preguiça quis ir de carro para o trabalho. Culpamos essencialmente tudo e todos pelo nosso insucesso, num círculo fechado, sendo que somos incapazes de assumir responsabilidades. É raro, alguém dar a cara. É raro alguém aceitar em praça pública que errou. É raríssimo tomarmos decisões porque temos medo de errar. Ninguém é bem visto se errou à primeira. Ao contrário da música de Rui Veloso em que errar à primeira é humano, em Portugal errar à primeira é falta de capacidade. Como ouvi numa conferência muito interessante sobre empreendorismo (com o apoio da Universidade nova), em Portugal se alguém levou um negócio à falência não consegue empréstimo para se lançar noutro. Nos EUA, esse mesmo alguém está opostamente em melhores condições para conseguir o empréstimo do que quem nunca teve um negócio, mesmo que falhado. Tudo conduz àquela realidade de que nos queixamos (lá está esta nossa atitude do queixume outra vez).

A origem mais remota para este comportamento é como diz José Gil (na construção de mais um conceito brilhante), a nossa não-inscrição. Para ilustrar melhor este conceito, basta dizer que os alemães conservam e visitam os campos de concentração, encarando o seu passado com frontalidade, em oposição gritante aos Portugueses, para quem o Salazarimo é um caso mal resolvido e acima de tudo esquecido. Embora não sendo um opositor do antigo regime é condenável que tanto as prisões políticas, como inúmeros outros documentos e edifícios históricos tenham sido destruídos, assim como foi alterado o nome da Ponte, hoje em dia 25 de Abril. A não inscrição conduz directamente entre outras coisas, a que tudo nos passe ao lado. Passa-nos ao lado os casos escandalosos que todos os dias passam pelos olhos numa televisão rasca e intelectualmente pobre salvo, esforços louváveis. O Zé Povinho que vemos todos os dias a ser entrevistado porque lhe morreu um filho em lista de espera, ou que não é atendido pelos serviços públicos mais básicos, o que se encontra embrenhado em burocracias. Há ainda os pedófilos, praticantes desse crime horrendo, que continuam sem ser julgados. São inúmeros os casos de injustiças e ineficiências escandalosas, que todos os dias tomamos conhecimento numa atitude de deixa andar, como quem diz “cá estamos”, “vamos andando”, “é a vida”. Não inscrevemos. Fazemos como que por medo que tudo isto nos passe ao lado. Não aceitamos. Não queremos resolver. É de longe preferível deixar isso para o próximo governo. Talvez quem sabe marcar uma reunião, para sabermos a data da outra reunião, onde se decidirá sobre o conteúdo dessa outra reunião, por causa da reunião do mês anterior. É mais fácil assim. Assim ao menos mantenho durante mais tempo o meu cargo, os meus privilégios e a toda a liberdade dentro deste meu pequeno mundo, que é esta sociedade normalizada em que sei sempre o que esperam de mim e não me é pedido o esforço da originalidade e da diferença. Assim vamos neste país, com tantas qualidades e tanta capacidade já demonstrada. A diferença entre os portugueses que lá fora são vedetas não é, já sabemos genética nem institucional. É muito mais que isso. É um fardo de psicologia de grupo que carregamos cá neste país. Podemos ler isso em todo o lado, como no prefácio do Sul de Miguel Sousa Tavares que se declara diferente, mesmo na sua forma de estar em Portugal e no estrangeiro simplesmente quando viaja. Pena que ainda não tenhamos ultrapassado esta mentalidade de pequenez e de necessidade colectiva de afirmação, desconfiança e afinal medo que nos paralisa.


Está na hora de mudar de onda!!! E a nossa geração tem essa obrigação de cortar com este passado paralisante.

Terminarei este mesmo texto, que considero incompleto, em breve

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]