terça-feira, agosto 05, 2008

 

On the head of an elephant (Day 15: 2 de Agosto, Sábado)

A bonança, bem como a dificuldade de dormir, tinham chegado com o cantar frenético dos galos. O pequeno-almoço marca uma nova etapa. No entanto, um pequeno revés: à imagem do que já vem sendo habitual nos Tailandeses que gostam de nos empacotar, as contas tinham sido mal feitas. Como quem não quer a coisa, o guia, chegando-se ao pé de mim, deixa cair a ideia de que há um elefante a menos e alguém terá de ir na cabeça de um deles. Confortável, tenta convencer-me. Não duvidei muito sobre a quem tinha saído a sorte grande. O fotógrafo, Ricardo, não poderia correr o risco de falta de estabilidade e as meninas estavam protegidas pela aura do cavalheirismo. Pouco mais de uma hora em que estes enormes animais cruzaram os rápidos sem nunca afundar completamente e respirando com a tromba fora de água. Deixara-se irritar, isso sim, com a minha presença na sua cabeça o que explica ter agarrado um ramo com a tromba que utilizou para me castigar. Justo, afinal eu tinha pago para viver o desafio que ainda estava no princípio porque faltava descer parte do rio numa jangada de bambo… A ideia parecia fácil embora desconfortável. 2 horas em cima de bamboos e utilizando outro para pressionar o fundo do mar e direccionar a jangada não é uma actividade suave. A apreensão surge quando quem comandava a expedição parou numa aldeia para angariar condutores de popa para as jangadas que até à altura só levavam condutor de proa. A razão: havia chovido muito e o rio estava muito rápido. A nossa jangada, claro, não contaria com esse suplemento de segurança. Contava antes com a contribuição dos dois jovens ocidentais disponíveis. Ricardo na traseira, eu ligeiramente mais à frente, lá íamos entre trambolhões nos troços mais rápidos aguentando a jangada. Perdemos várias vezes os nossos auxiliares de bamboo, mas curiosamente vinham sempre ter connosco. Havia alguma apreensão no grupo sempre que a jangada afundava ou se inclinava decisivamente para um lado, mas havia uma confiança de que chegaríamos ao final sem grandes histórias para contar. O futuro surpreendeu-nos. Mais um tronco que se esticava rio dentro e que foi ganhando poder de inércia à medida que ia ficando preso ora nas pernas do primeiro passageiro, ora do segundo…até chegar às minhas pernas onde ganhou o embalo decisivo para atirar borda fora o nosso último passageiro, o fotógrafo Ricardo. Quando olho para trás grito homem à água e atiro-me para a traseira esticando o bamboo na sua direcção para o tentar trazer novamente para bordo numa altura em que a sua cara de sofrimento revelava as pedras na profundidade (não muita) do rio. Com pés martirizados, foi com satisfação que regressou à jangada para encerrarmos os dois dias do famoso trekking. O Ricardo ainda iria fazer o que faltava do rio em ratfing num barco desta feita insuflável. O resto dia do servia para preparar a viagem seguinte no que a partir de agora seria um contínuo de partidas.

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