terça-feira, maio 02, 2006

 

Desta feita... Pari e Stock

Quando parto numa viagem os primeiros pensamentos são dirigidos para o próprio conceito de viajar. Chego à conclusão que viajar é justamente pensar o mundo de uma forma simples. Mas pensar como quem vê e sabe o que vê. É encontrá-lo não nas páginas de um livro, mas na vitrina da nossa retina. E depois é enriquecer essa mesma informação com o sentimento e a sensibilidade com abertura de espirito que nos é conferida no momento. Se não fosse por mais nada, o simples facto de que quando leio um artigo sobre França, por exemplo, (o País onde me encontro agora) dedico-lhe alguns minutos. Estando no próprio País a confrontação com essa mesma realidade, que até podia estar nas páginas, é permanente e ai está focada toda a minha atenção durante momentos intermináveis de contemplação.
Assim, sigo pela largas avenidas de Paris a pensar França. A pensar esta realidade ambígua de um País rico, dos mais desenvolvidos do mundo, agarrado ao seu passado como um velho do Restelo ou como alguém que na Rússia comunista tivesse entrado em coma antes da queda do muro e acordado depois com a sensação que tudo estava na mesma. Esta não é a França liberal de Bonaparte, mas sim a França social de Bonaparte. É a França que acredita na igualdade e solidariedade definida e imposta desde cima e pouco convencida que neste mundo corajoso e pleno de oportunidades em que vivemos a total liberdade dos agentes conduz à valorização colectiva. Esta é uma sociedade de abundância onde o luxo de 50-60 dias de férias por ano são um direito perfeitamente insultuoso num mundo de concorrência. É a sociedade do subsidio onde tudo é tirado ao trabalhador e dado ao estudante, seja ele nacional ou estrangeiro. Subsídios para alugar casa a estudantes erasmus são uma realidade. Os serviços privados que lhes são prestados são todos oferecidos. Num sistema de educação Europeu, que aqui é ainda mais ridículo. Maioritariamente público, perpétua injustiças, sobre a falsa sensação de acesso universal, puxando a Europa academicamente para a cauda do mundo desenvolvido. Pouquíssimas são as Univversidades Europeias que conseguem concorrer com as Americanas, auto financiadas.Na América encontramos um sistema livre de mercado onde o subsidio tem de ser justificado para existir e não, como acontece em França para ser retirado. O principio é o do subsidio, num pais onde a agricultura é o maior consumidor de fundos europeus, destruindo todos os anos 50% do orçamento Europeu. Este é o País que tem duas velocidades para duas sociedades paralelas. Numa desenvolvem-se grandes empresas, altamente competitivas mundialmente, noutra engrossa-se o funcionalismo público. É um País opulento.
Paris é uma grande cidade. Uma cidade cuja beleza vem da sua construção e de lugares de puro encanto como os seus melhores restaurantes, museus e óperas. Adorei.

Comentários:
falta Stock!
 
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