quinta-feira, fevereiro 02, 2006

 

The wonderful ride



21 de Janeiro, nasceu o meu Pai. Assim, entre os mocassains (como é que raio se escreve a palavra que se refere aqueles sapatos ridículos?!) que tinha vestidos e os ténis e calças de ganga que tinha penduradas para vestir até às 15h30, estava eu com mais de 30 pessoas, em festa pelo meu Pai. Comboio no Oriente às 16h05, com saída da Sidónio Pais às 15h52. Os nervos associados à forte hipótese de perder o comboio (seguido de avião) das primeiras férias laborais, eram apenas normais e provocaram um embate. É que como eu tinha insistido em ir a guiar, e assim a minha irmã acabava de presenciar o embate do meu Golf com o carro da frente, no momento em que eu tentava sair do lugar. Um encosto banal em Espanha, mas não na Sidónio Pais. A viagem até ao “Oriente”, entre a esperança de apanhar o comboio e o pessimismo de perder a ligação para as primeiras férias, foi qualquer coisa de fazer a minha irmã temer pela vida em diversas ocasiões. Ao dobrar o último semáforo (o êxtase da dualidade em que me encontrava), deparo-me com uma fila de carros que ia até ao Vasco da Gama e um pendular que se aproximava da plataforma de cimento com o nº1. Sabendo de antemão que a sua paragem seria de apenas 30 seg. e conhecendo os meus limites físicos, tive um despejo de toda a adrenalina que consegui produzir em 23 anos de vida que combinei com um optimismo irrealista de ainda apanhar o comboio e pegando nas malas corri. Segundo a minha irmã, a fila de transito “parou”, pessoas saíram dos carros e começaram a gritar pelo meu sucesso. Estes 3 elementos combinados e um berro que mandei ao pica assim que avistei o comboio ao fundo da plataforma de cimento, contribuíram decisivamente para que nas próximas 3h estivesse sentado num qualquer lugar do pendular a restabelecer os níveis normais de adrenalina. Missão complicada uma vez que afinal de contas estava a caminha da Eslovénia/Trieste, esse destino excitante, naquilo que seriam as minha primeiras férias. E que sentimento me preenchia. È que viajar mexe profundamente comigo. Partir e chegar são momentos fortíssimos. E eu agora partia sem vislumbrar razoavelmente o regresso. Once again.
Assim começava a grande viagem. Espaço ainda ara referir 2 momentos: Porto e Londres.
Em relação ao primeiro um agradecimento ao Tiago, que trabalha comigo no BPI (e que me entrevistou durante o recrutamento) e que mostrou que mais do que as relações no trabalho são as pessoas que estão por trás dessa relação. Ele teve esse grande gesto de me ir buscar ao comboio e levar ao remodelado aeroporto Sá Carneiro. E que remodelação terá esta obra operado nas construtoras que ganharam o “concurso”. A verdade é que aquele espectáculo de virdo e lâmpadas que é o novo terminal estava ao abandono. No entanto, houve uma coisa que ainda me fez mais confusão que isso. É que quando acabei de comer uma banana e me dirigi ao também moderno caixote do lixo deparei-me com a seguinte estúpida dúvida existencial. Será a casca de banana uma embalagem ou papel/cartão. Obviamente a primeira. Apenas não me aprecebi disso imediatamente porque tinha 6 meses de trabalho em cima.
Londres, nas próximas 12h iria continuar a consumir as compras de supermercado e teria ainda de encontrar um lugar para dormir no aeroporto cheio de corpos inanimados e desconfortavelmente encrostados nas cadeiras, chão e carrinhos do aeroporto Low Cost. Como sempre acontece, apalparia o terreno antes de avançar. Optimização da resposta, medo de falhar. Passo a pente fino todo o rectângulo que é o terminal. Encontrei a base de uma coluna. Quando fui acordado por Bifes (a fazer lembrar os tempos das escolas de inglês de verão) procurei nova fonte de tortura para as próximas 5h uma vez que tinha apenas passado 3. Na reunião de dois bancos voltados de costas havia um estreito espaço bastante acima do nível do chão. Aí ficaria a dormir tentando controlar ao mesmo tempo as minhas malas.
Depois deste episódio estava a olhar para uma pequena maravilha. Os Alpes terminavam e o mediterrâneo começava e assim surgia Trieste...

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