segunda-feira, fevereiro 28, 2005

 

Sobre o passado (principalmente o mais recente), o Presente e o Futuro da Viagem

Caro único leitor Pedro Camara,

Desde dia 7 de Fevereiro que estou em viagem. Ser-me-á difícil reportar a todas as situações que se incluem no passado da viagem. No entanto, para quem já teve noticias minhas, quer directa, quer indirectamente, estes tópicos passados em revistam terão algum significado.
Quando sai de Lisboa rumo a Buenos Aires com a Ibéria, jamais me passaria pelo espírito que acabaria directamente no Rio de Janeiro e sem malas. Seguiu-se um pouco mais que uma semana alucinante no Rio em que, juntamente com os meus grandes amigos Sousa e Ricardo, passei pelo Sambódromo, a transbordar de encenações fabulosas, divertimento, poucas raparigas nuas neste ano particular, muita filosofia barata mas acima de tudo uma boa disposição (descobri as cedilhas o que não quer dizer que as utilize sempre por causa da sua posição no teclado. hehe) contagiante e eléctrica. O contraste da alegria na arena com a luz fraca e dispersa das favelas deixou antever uma saída que se revelou algo confusa. Brasil, terra de contrastes onde a felicidade está no ar e se manifesta na abertura com que as pessoas nos recebem em cada esquina, em cada bar, em cada rua e em cada momento das suas vidas (vim a descobrir mais tarde que esta é uma característica mais associada ao centro e norte do Brasil; como sempre o calor faz isto às pessoas).
Noites bem divertidas, com as três fases descritas pelo Sousa e muito mais. Uma nota para a situação desconfortável com que nos deparámos, à chegada quando no nosso bairro de Ipanema estava uma das maiores concentrações gays do mundo. Que repulsa que aquela situação tinha de causar...É incrível como o paneleiro tem tão pouca coisa para fazer que pode dar tanto do seu tempo ao ginásio, onde procura a beleza masculina onde ela não existe: no corpo! Paneleiros. Fod*-**. Como diria o Rei César: era metralhadora em todo esse veadão (panilas em brasileiro). A caça ao veado: desporto que devia ter mais aderentes. Depois desta nota de chauvinismo, devo acrescentar que as brasileiras em Ipanema são bastante atraentes. Fogosa, a brasileira. Simpática. Pouco profunda e dai ser por vezes pouco interessante. Por vezes a simplicidade pode ser uma qualidade. Talvez discuta este ponto numa próxima ocasião.
Muitos conhecimentos travámos com: me dá seu celular... Inclusivamente encontrámos uma Sueca que estava em casa da Catarina em Copacabana (nossa anfitriã em Buenos Aires) e que vai estudar para Floripa. Coincidência brutal se pensarmos que estamos numas das cidades mais populosas do mundo. No fundo, o que acontece é que em qualquer lugar do mundo as pessoas acabam por se organizar por grupos relativamente pequenos e frequentar os mesmos sítios. Não obstante a coincidência incrível é claro. (Também está bom de ver que mais tarde nas 3 semanas que estive em Floripa não encontrei a Sueca, que vim a saber mais tarde era nossa vizinha. A vida tem destas coisas... Uma pena!). Tanto para dizer sobre os 10 dias no Rio, mas não às 13:42, numa paragem de autocarros em Resistência (pequena cidade nas pampas argentinas), antes de almoçar e com um cansaço, de quem não teve cama durante a noite no autocarro e sabe que a não a vai ter nas 12 horas seguintes à partida do autocarro para Salta prevista para as 18.30. Acrescento apenas então que poucas coisas podem ser tão cheias de estética e significado como subir um morro pelo meio de uma floresta tropical que coabita com uma das maiores concentrações humanas e chegar ao ponto mais alto onde se procurou colocar Jesus Cristo mais perto da sua morada eterna, sendo que essa morada é apenas um simbolismo para a sua verdadeira morada que é dentro de cada um de nós (não pretendo catequizar. É apenas uma imagem poética). Grande vista que se alcança lá de cima. Adoro aquele spot. Adorei ver de lá o por do sol, embora pouco claro, dada a densidade de nuvens tropicais. Irei acrescentar mais episódios sobre o Brasil no futuro próximo. Não só sobre aquilo que vivemos, mas também sobre aquilo que vimos, assim como conselhos para quem tiver a pensar lá ir. Continuo de seguida com uma breve referência ao presente na Argentina e aos meus planos para as próximas semanas.

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